segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

[Bruno] Bebê no Berço

Me puseram no meu berço e fecharam a porta,
estava tudo escuro. 
No começo não entendi muito.
Então um pouco inquieto a chamar meus pais,
senti uma porta abrindo, finalmente vêm me buscar! 
Ouvi de longe a voz da mamãe "shu shu" 
seguia tudo no escuro e sentia-me sozinho.
Chamei denovo e ninguém me deu um abraço,
não vejo a minha mamãe. O que aconteceu?
Choro com todas as minhas forças 
me movo, chuto procurando os braços
de minha mãe, onde eles estão?
Vou continuar chorando,
sei que me amam e virão me buscar.
Passou a noite inteira e ninguém veio.
Passou uma semana e não me ouviram chorar.
Hoje a noite me puseram em meu berço e fiquei
quietinho no escuro, esperando um abraço
do papai e um beijo da mamãe.
Tomara que hoje a noite venham me buscar.
Eu sei que vocês estão cansados
disseram que vão me mimar muito
Mas ninguém merece chorar
sem conforto, sozinho no escuro.



AQUI SOMOS TOTALMENTE CONTRA TREINAMENTO DO SONO
Imagina o nível de estresse e desespero desse bebê 
Instinto de sobrevivência em alerta, cérebro primitivo com atividade ao máximo, níveis altos de cortisol e adrenalina, desespero, pânico, cansaço...
TODO CHORO TEM MOTIVO E DEVE SER ACOLHIDO!
Quando bebês, falta aos humanos a capacidade de se proteger e de se comunicar, e portanto o instinto de sobrevivência rege o pequeno ser.
E quando se sente em perigo, seu pequeno corpo em estado de alerta coloca todas as suas forças em buscar ajuda para sobreviver, pois sozinhos não conseguem.
Quando choram por muito tempo e são ignorados, desistem, exaustos e focados em recarregar as energias para, logo logo, tentar novamente pedir socorro.
A razão para uma criança parar de chorar durante o processo de treinamento do sono é que ela DESISTIU e entendeu que não será atendida. Na psicobiologia isso é chamado de extinção de comportamento, que acontece quando há omissão, e isso tem consequências muito sérias.
Com o tempo, isso frequentemente se torna um vínculo fraco, um apego inseguro (por não confiar nos cuidadores devido ao sofrimento causado), e em muitos casos até depressão.
“Há pesquisas que mostram que, ao atender às necessidades do bebê prontamente, ocorre uma redução no choro a longo prazo, de forma saudável.
As americanas Mary Ainsworth e Silvia Bell, psicológas especializadas em desenvolvimento, analizaram como as mães respondiam ao choro do bebê e descobriram que, quanto mais rápido tocavam nos filhos, menos eles choravam mais tarde.
O contato físico regular gera confiança, e responder prontamente à criança na infância resulta em adultos seguros que são capazes de formar relacionamentos funcionais.” – Andréia Cristina Karklin Mortensen - Neurocientista.
A ciência antropológica mostra que os nossos ancestrais praticavam muito contato físico, eram disponíveis e viviam em ambientes cooperativos.
O organismo e desempenho (na vida social e profissional) são altamente influenciados pelas experiências iniciais de vida. Um ambiente com baixo estresse e estímulos positivos leva a um bom desenvolvimento não apenas mental, mas físico também.
“Do ponto de vista neurológico, os bebês humanos nascem como os mais imaturos dos mamíferos, com apenas 25% do volume cerebral de um adulto. Seu desenvolvimento também é o mais lento e depende de estímulos sensoriais. Biologicamente, esperam que alguém esteja sempre com eles. É por isso que reagem tão positivamente ao contato com outro corpo.” – Antropólogo James McKenna
Por menos bebês adestrados e mais bebês apegados!
@marlylactancia
@psimama



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