segunda-feira, 2 de junho de 2014

A dor da perda

Carlos Afonso Schmitt


A saudade é tanto quanto era grande o amor envolvido na perda. A dor da separação é quase insuportável, tanto mais quando a morte é inesperada ou violenta. A tristeza torna-se companheira inseparável de dias sombrios e monótonos, sem perspectiva de mudança. O ente querido partiu - arrancado do convívio humano - não volta mais.
- E agora, Senhor?
- Onde achar consolo, a não ser na fé?
- Quisera uma explicação. Quisera entender...
Nenhuma palavra de conforto é suficientemente fortalecedora, capaz de aliviar o espírito abatido e reanima-lo. A vontade de chorar ainda é grande.
Somente a fé impede que a revolta - até mesmo contra Deus - tome conts da mente sofredora. Quem não tem vontade de pensar que isso é injusto, que Deus não poderia te-lo permitido, que nada justifica essa perda precoce de alguém cheio de sonhos, com um futuro promissor, uma vida repleta de promessas?... Da até vontade de largar tudo, de desistir de ser bom, de acreditar preferencialmente no absurdo.
- E agora, meu Deus, que faço da vida?
- Sem minha mãe, sinto-me inseguro, sem apoio de que tanto necessito.
- Sem meu pai, quem me orientará nos difíceis caminhos a percorrer?
- Sem meu grande amor, como posso suportar tamanha solidão, tamanho vazio, tamanha saudade?
É indispensável e urgente reagir. Levantar a cabeça enfrentando o abatimento que o presta. Você tem fé e acredita em vida eterna. Se assim for, lembre-se de que o espírito de quem partiu deve permanecer na luz e gozar da paz de Deus. Mas como ele conseguirá fazê-lo, se a toda você o chama e suas lágrimas se transformam num choro desesperador? Como quer que ele seja feliz, se você se comporta assim? Pense no bem de quem tanto amou e ainda. Em nome desse amor, sincero e verdadeiro, entregue o espírito de quem partiu nas mãos de Deus.
Você precisa de paz
A vida continua. Há muito por fazer.
Ressuscite, por favor, dessa morte psicológica que o enterra vivo.
Um dia vai compreender que o mistério é bem maior do que imaginávamos. Haverá, sim, um reencontro.
Agora, porém, confiante, de cabeça erguida, na esperança e na fé, É PRECISO CAMINHAR.
Nós lemos e relemos e o coração ainda não quer concordar, não quer aceitar, não aguenta... hoje meu coração amanheceu tão dolorido, tão sangrando, porque quanto mais passa o tempo, mas me dói, dói o corpo, a alma, mas estou tentando me conformar, a cabeça avisa, mas o coração não aceita.
Todos os dias estão sendo difíceis, tudo está sendo difícil. PORQUE VOCÊ TEVE QUE IR???? A saudade ainda dói.

Um comentário:

  1. belas e triste palavras,nem posso imaginar como devi está sendo difícil e doloroso pra você e seus pais eu só desejo que sua dor amenize!bj

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Você achou interessante o que eu escrevi e resolveu comentar... espero críticas - sejam ela construtivas e destrutivas -, desde que não xinguem, tudo bem.
VOLTE SEMPRE!!